Estaleiro Rio Maguari participa da Navalshore 2024
24 de agosto de 2024Estaleiro Rio Maguari fornecerá embarcações para navegação interior à LHG Logística
8 de setembro de 2024Fabio Vasconcellos, diretor comercial do ERM, concedeu entrevista à revista *Portos e Navios* sobre os desafios da indústria naval.
Confira um trecho da reportagem:
“O Estaleiro Rio Maguari (PA) se considera apto a construir, principalmente, barcaças fluviais e oceânicas, empurradores e rebocadores portuários e oceânicos. Em 2023 e 2024, o ERM entregou cerca de 100 barcaças fluviais e oceânicas, entre graneleiras e balsas para combustível, sete rebocadores portuários e dois empurradores fluviais, além de terminais flutuantes. “Nossos principais projetos se concentram na construção de balsas graneleiras e mineraleiras, além de rebocadores portuários, empurradores fluviais e oceânicos”, elenca o diretor comercial, Fábio Vasconcellos.
Vasconcellos diz que o ERM vem constantemente realizando investimentos na formação de mão de obra e na melhoria da infraestrutura de produção, visando aumento contínuo da produtividade. Ele considera a questão da mão de obra crítica, não apenas na construção naval, mas em vários setores da indústria e serviços. Segundo Vasconcellos, mais especificamente para compor a tripulação de comboios fluviais, apoio portuário e marítimo, para o que se faz necessária uma ampla mobilização nacional na formação destes profissionais, com envolvimento da Marinha e parcerias com universidades e centros de formação de oficiais de marinha mercante e marinheiros.
O diretor comercial do ERM verifica um grande potencial em todas as modalidades de navegação, começando pela cabotagem com os novos projetos do sistema Petrobras e também de empresas privadas, na navegação interior, especialmente na região norte com o crescimento das exportações de grãos pelos portos do Arco Norte, no apoio marítimo com o desenvolvimento da Margem Equatorial e no apoio portuário, com o rápido crescimento que o setor vem mostrando nos últimos anos.
Na avaliação do estaleiro, o principal desafio de curto prazo se concentra na Reforma Tributária. Para Vasconcellos, o texto aprovado pela Câmara dos Deputados é ‘nefasto’ para a construção naval e para a navegação nacional, inviabilizando totalmente os projetos em andamento, inclusive da Petrobras e Transpetro, porque a oneração do setor e a abertura às importações, acaba totalmente com a indústria naval nacional.
Vasconcellos salienta que, além dos grandes estaleiros que aguardam as encomendas do sistema Petrobras, o Brasil possui um parque industrial com estaleiros de médio porte, localizados em, pelo menos, nove estados: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ele destaca que esse grupo constroi embarcações fluviais, rebocadores, embarcações de apoio marítimo e gera milhares de empregos diretos e indiretos que serão diretamente atingidos pela reforma tributária, caso ela seja aprovada da forma que saiu da Câmara.
“É necessária uma mobilização junto ao Senado e ao governo para sensibilizá-los sobre o quanto o setor será afetado, para que sejam realizadas as alterações necessárias para que os setores da construção naval e da navegação nacional não sejam sucateados”, defende Vasconcellos, que também é vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).
Vasconcellos acrescenta que existem desafios de infraestrutura com projetos fundamentais e que impactam diretamente na construção de embarcações. Dentre elas, o diretor do ERM cita a liberação da exploração de petróleo na Margem Equatorial, inclusive na região do Pará e do Amapá, além do derrocamento do pedral do Lourenço, no sul do Pará, e da implantação da ferrovia Ferrogrão, que se arrastam há muitos anos.
O diretor comercial do ERM, também considera que a descarbonização é um processo que já está em curso. Ele percebe que os projetos em andamento já preveem o desenvolvimento de sistemas de propulsão que utilizam combustíveis alternativos e menos poluentes. “Penso que, num futuro bem próximo, haverá um incremento na instalação destes equipamentos no Brasil, replicando o que já se encontra em implantação em outros países”, projeta Vasconcellos.”